Percursos, praias e lendas em Ons
O arquipélago de Ons, em Bueu (comarca de O Morrazo), fecha a ria de Pontevedra com um litoral delineado por praias e esconde uma vista espetacular da costa escarpada.
Nesta ilha, que faz parte do Parque Nacional das Illas Atlánticas de Galicia, podemos visitar o bairro de Caño, com as suas casas típicas de marinheiros e os seus hórreos, onde se armazenavam os alimentos. Ao longo dos trilhos, aproximamo-nos do cimo de O Centolo, de onde podemos contemplar belas vistas da praia d'A Lanzada e um belo pôr do sol sobre a ilha de Sálvora.

As Ilhas Ons são para muitos as ilhas mais "piratas" da Galiza, um lugar paradisíaco com muita magia e encanto.
Também vos sugerimos que sigam a Rota do Faro: partindo do bairro do Curro, onde se encontram todos os serviços disponíveis na ilha, encontramos, para além da igreja, os três restaurantes onde podem desfrutar da gastronomia, das iguarias e dos vinhos da zona. Passaremos pelo bairro piscatório de Caño, de onde podemos desfrutar de excelentes vistas e contemplar o cemitério e a antiga igreja.
Continuaremos o nosso percurso pelo pinhal de Chan de Pólvora, onde se encontra a zona de campismo, subindo em direção ao bairro de Cucorno, situado a 128 metros acima do nível do mar (altitude máxima da ilha) e onde se encontra o farol, ao qual não é permitido entrar, mas do qual se pode desfrutar de uma bela vista panorâmica da costa (desde o Monte Louro, na ria de Muros, a norte, até ao Cabo Silleiro a sul).

O "buraco do inferno"
Continuando o nosso passeio pela ilha, deparamo-nos com o buraco do inferno, um buraco com mais de 30 metros onde se diz que se ouvem os lamentos das almas condenadas na sua eterna morte, pagando pelos seus pecados, e onde, em dias de grandes tempestades, o mar se despenha sobre as rochas, tornando os uivos intermináveis.

Na praia da Área dos Cans encontra-se o túmulo antropomórfico d'A Laxe do Crego, um rochedo acessível em função da maré e que deve o seu nome ao facto de, provavelmente na época medieval, ter sido escavado um túmulo antropomórfico onde foi sepultado um sacerdote.
Embora não existam provas documentais nem vestígios físicos de qualquer mosteiro, deve ter existido uma comunidade de monges eremitas, como era comum noutras ilhas galegas e como demonstra a toponímia do sarcófago.
De madrugada, apagam-se as luzes em Ons e na penumbra adoptam-se estas crenças como verdadeiras, ainda que com um esforço melancólico. Também não podemos esquecer o famoso raio verde, um fenómeno ótico que se pode observar ao pôr do sol, mas que só alguns tiveram o privilégio de ver.
Você não pode perder...
- Bairro marítimo do Caño
- Rota do Farol
- Zona da praia dos Cans
- Alto de O Centolo